A
proposta inicial de Tanenbaum era de um SO voltado para suporte a
cursos universitários, em 1987. Ele utilizava em seus cursos uma
versão do Unix, e ele começou a considerar esta ideia horrível,
pois estas versões Unix eram, de certa forma, não livres (Unix
AT&T), tanto que a versão 7 deste Unix trouxe em sua licença
uma impossibilidade de utilização como estudo.
Como
vários estudantes de computação vinham estudando SO com Unix, ao
redor do mundo, Tanenbaum, então, pensou em construir um SO
Unix-like, entendendo que isto não seria tão difícil (bom, pelo
menos pra ele!!).
“Eu
decidi criar meu próprio sistema operacional compatível com o V7,
mas que eu pudesse utilizar em cursos com um sistema operacional
Unix-like”, disse Tanenbaum em seu livro.
Começou
sua escrita em um simulador, que seria um ambiente determinístico e
capaz de reproduzir de forma controlada o ambiente. Rodava seu SO até
que ele falhasse , e quando isto ocorria, revia suas últimas 100.000
instruções para encontrar o problema.
Engraçado
que ele teve mais problemas na construção do simulador do que no SO
em questão, mas como seu foco era o SO, considera ter perdido a
oportunidade de ter inventado o VMWare ainda na década de 1980.
O
SO passou a rodar perfeitamente no simulador, mas parava no hardware.
Até que ele estava prestes a desistir, quando um dos seus alunos
concluiu que o processador ficava quente e gerava uma interrupção,
e que Tanenbaum não havia identificado pois o manual do processador
não mencionava isto. Então ele contornou esta situação e concluiu
seu SO, e um novo livro a respeito (citado acima).
A
principal contribuição deste fato, relatado pelo autor do artigo, é
que rapidamente os SOs Unix-like com licença proprietária passaram
a não fazer sentido, apesar do apelo comercial que poderiam
levantar. Ou seja, este esforço pode ter garantido a existência
atual dos softwares livres, principalmente dos Linux que tanto
gostamos hoje em dia.
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